A Princesa e Sal
Eu gosto muito de contos orais, porque são aqueles contos que você pode aumentar um ponto e aí a histórai vai seguindo adiante, correndo de boca em boca, todo mundo integrando e interagindo com a história.
E nós brasileiros e brasileiras temos uma riqueza muito grande de contos orais, pois temos três lindas matrizes que participaram da nossa formação cultural: Os europeus, os negros e os indios.
Então temos que curtir bastante e viajar nesse imaginário que é nosso legado, que é o presente dos nossos antepassados para nós.
O conto que escolhi para recontar para vocês hoje faz parte da cultura imaterial portuguesa e chama-se originalmente " O sal e água" Tem várias versões dele, mas eu o rebatizei como a Princesa e o sal.
Este é um conto de tradição lusitana, lá da terra do meu pai.
Espero que apreciem.
E nós brasileiros e brasileiras temos uma riqueza muito grande de contos orais, pois temos três lindas matrizes que participaram da nossa formação cultural: Os europeus, os negros e os indios.
Então temos que curtir bastante e viajar nesse imaginário que é nosso legado, que é o presente dos nossos antepassados para nós.
O conto que escolhi para recontar para vocês hoje faz parte da cultura imaterial portuguesa e chama-se originalmente " O sal e água" Tem várias versões dele, mas eu o rebatizei como a Princesa e o sal.
Este é um conto de tradição lusitana, lá da terra do meu pai.
Espero que apreciem.
A Princesa e o Sal
Era uma vez um rei e suas três filhas.
O rei perguntou a suas filhas, qual delas era mais a sua amiga e lhe tinha mais amor.
A mais velha respondeu:
-Meu pai, eu te amo mais do que a luz do sol.
A filha do meio respondeu:
-Meu pai, eu te amo mais do que a mim mesma.
A filha caçula respondeu:
-Meu pai, eu te amo tanto quanto a comida quer o sal.
O pai ouvindo aquilo da sua filha achou que ela não o amava tanto como as outras e a expulsou do palácio real.
A princesa andou pelo mundo, muito triste, até que encontrou um outro palácio, numa outra cidade, onde se ofereceu para ser a cozinheira.
Numa noite, no jantar, chegou à mesa um pastel muito saboroso e quando o rei mordeu-o achou dentro dele um pequeno anel de ouro.
Todos ficaram curiosos para saber de quem era aquela pequena jóia e como fora parar ali.
Todas as damas da corte experimentaram o anel, mas ele não serviu em nenhuma delas.
Chamaram então a cozinheira para experimentá-lo, e o anel serviu perfeitamente.
Esse fato chamou a atenção do princípe que curioso, começou a prestar atenção na sua linda cozinheira.
O principe então notou que a moça cozinhava sempre às escondidas e vestida com seus lindos trajes de princesa.
Sem entender o que acontecia, o príncipe contou o que viu ao rei, seu pai.
O rei muito curioso, correu para a cozinha, onde escondido, viu que o que o seu filho falava era a verdade, e certo de que a moça era filha da nobreza, aceitou que seu filho apaixonadao se cassase com ela.
A princesa que também amava o principe secretamente, aceitou o pedido, desde que ela mesma cozinhasse seu jantar de casamento.
Como o rei e o noivo estranharam o pedido, a princesa lhes contou tudo o que havia lhe acontecido na casa do seu pai.
Compreensivos, ambos aceitaram que ela fizesse o jantar de noivado.
Para o grande dia, foram convidados várias pessoas, entre eles o pai, que a havia expulsado de casa e as irmãs.
A festa estava alegre e farta e todos elogiavam a boa comida.
Porém, todos os pratos que a princesa mandava para o seu pai, estavam sem sal. Todos comiam com vontade, menos ele.
O dono da casa preocupado, perguntou ao convidado porque ele não comia a comida tão saborosa.
O rei respondeu:
- É porque a comida não tem sal.
O pai do noivo, que já sabia de toda a história, fingiu-se zangado e chamou a cozinheira para lhe perguntar porque não havia posto sal na comida do rei convidado.
Quando a princesa entrou, o seu pai levou um susto daqueles ao reconhecer a filha há tanto tempo desaparecida.
Ela lhe falou:
- Foi isso o que eu quis lhe dizer naquele dia meu pai. Que eu te amo tanto quanto a comida precisa do sal.
O pai envergonhado abraçou a filha e chorou pelo tempo perdido, pois somente agora ele compreendia o que a sua filha quis lhe dizer.
Esquecida de todo sofrimento, a princesa abraçou o pai e as irmãs, e felizes saudaram o reencontro.
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