quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Pururuca vai à luta



Era uma vez uma perereca chamada Pururuca.

Pururuca morava num lugar chamado Brejolândia, um brejinho muito do mixuruca lá pros lados de Sertãozinho do Alto.

Pururuca era uma perereca muito alegre e não gostava nada, nada de viver por aí, entediada, marasmo á vista.

Pururuca gostava mesmo é de movimento. Ela adorava fazer várias coisas ao mesmo tempo, e cá entre nós, também adorava ser o centro das atenções.

Que fazer? Pururuca nasceu assim: Louca para aparecer.
Pururuca adora uma novidade, é chegada num auê, numa coisa diferente.

Desde pererequinha,ela participava de toda pecinha de teatro que pintava, adorava recitar poeminhas e receitar conselhos para a vida dos outros.

Cresceu assim: Uma perereca pra lá de intrometida.

O rio onde Pururuca morava ficava perto de uma igreja.Por conta disso, e de tanto ouvir hinos e mais hinos, Pururuca acabou virando beata de igreja e freqüentando a missa todos os domingos.

Não me pergunte como, mas a danada da perereca aprendeu a cantar todos os hinos da igreja num domingo só!
Os bichos lá do brejo é que não gostaram nadinha dessa história da Pururuca virar carola.O dia em que ela cismava de cantar, o brejo não tinha sossego.

-Caraca, essa pururuca é uma chata! –Implicava o pernilongo.
-Chata não, ela é maluca mesmo!- Respondia o grilo.

Todos começaram a achar que Pururuca tinha perdido algum parafuso da cabeça quando era vista no pasto entoando os hinos da igreja.

Mas ao contrário do pensamento geral, Pururuca tinha certeza que finalmente havia encontrado sua razão de viver.

E como era uma perereca muito dona de seu nariz, ela não se importava com as críticas a seu respeito.

Depois que descobriu que corria uma veia cantorística em seu sangue gelado, Pururuca resolveu que ia fazer de tudo para realizar seu sonho.

Pururuca tinha finalmente descoberto o que queria ser depois que cresceu: Ela queria ser cantora.

Por conta desse sonho, ela passava os dias elaborando planos fantásticos para si mesma e para seu futuro.
Passava dias e dias cantando sozinha na frente do espelho, e noites e mais noites trocando idéias com a lua, que por incrível que pareça, era a única que acreditava em seu sonho maluco.

A lua sabia muito bem o que era ter um sonho secreto, pois ela também tinha um sonho que ninguém sabia e nem sequer desconfiava.

O sonho da lua era um dia poder andar de balão.
Pururuca, achava que o sonho da lua era muito mais difícil de realizar do que o seu, mas nunca desanimava a amiga.

Afinal, sonhos foram feitos para serem sonhados.
Todos no brejo riam a bessa de pururuca, achando que ela era uma perereca muito biruta.

-Onde já viu uma pereça querer ser cantora?
-Será que ela quer ser cantora de hino de igreja ou de bolero?- dizia o vaga-lume implicante

-Caraca, essa Pururuca é uma chata!-implicava o pernilongo
-Chata não! Maluca!- replicava o grilo

Num belo domingo, um circo se instalou do lado da igreja, bem pertinho da casa da Pururuca.

Curiosa, ela pululou até a tenda vermelha com estrelas amarelas, certa de que aquele misterioso local iria mudar sua vida.

Quando chegou lá dentro, Pururuca ficou fascinada com as luzes coloridas, a fumaça que saía do palco iluminado, com a música encantadora que retumbava pelos quatro cantos.

Ela aplaudia a tudo encantada.

Pururuca quase desmaiou quando o mágico tirou um pombo da cartola, e se divertiu a valer enquanto o palhaço dava cambalhotas no ar.

Mas do que ela gostou mesmo foi da bailarina que apareceu linda, linda, se
equilibrando no arame com suas roupas brancas engomadas.

Se não fosse o circo chegar à cidade, Pururuca com certeza teria virado cantora, porque quando ela enfiava uma coisa na cabeça, ninguém conseguia tirar.
Mas depois de tudo que o viu e ouviu, ela decidiu que o que queria ser mesmo era bailarina.

Pururuca já via diante de seus olhos, uma placa luminosa piscando com cores coloridas, escrita assim:

“Direto de Brejolândia, para o mundo,
Nossa grande atração internacional
Pururuca
A Perereca Bailarina.”

Sim, ela queria ser bailarina!

Mas também queria ser cantora! E agora? O que poderia fazer?
-Ai minha Santa Sapa do Brejo Pastoso!

Vivendo um grande dilema, Pururuca era vista pelo brejo falando sozinha e perguntado a opinião de todo mundo.

-Caraca, essa pururuca é uma chata!-implicava o pernilongo
-Chata não, ela é maluca!_ retrucava o grilo

Numa noite em que a dúvida cruel, não a deixava dormir, Pururuca foi conversar com a lua.

Encontrou a amiga de robe, fazendo uma limpeza facial para tornar a pele mais brilhante.

- Eu não vejo porque você não pode ser as duas coisas, queridinha. - falou a lua
depois de ouvir pururuca.

-Você acha mesmo, que posso ser cantora e bailarina?

-Claro que sim. Você pode ser tornar uma perereca bem famosa, com um futuro cheio de glamour. Porque você não vira Pururuca, a perereca canbatriz?

-Canbatriz? O que é isso?

A lua deu de ombros, serena.

-Sei lá. Acabei de inventar agora, é uma mistura de cantora e bailarina, Aí você aproveita, e vira atriz também de uma vez.

-Ah! Não sei não. Será que eu tenho talento para isso tudo?

A lua deu uma risadinha.

-É lógico que tem. Você já ouviu falar alguma vez, na sua vida anfíbia, de alguma perereca na fauna brasileira, que sonhasse em ser bailarina, ou cantora?

Pururuca negou com a cabeça.

-Então. Você é única queridinha. Pururuca, vai à luta!
-É acho que você tem razão. Virando uma canbatriz, sou uma artista completa, você não acha?
-É isso aí. - disse a Lua

Com estrelas nos olhos, Pururuca começou a sentir um frio na barriga. Era uma artista. Ninguém podia negar.
Para comemorar a grande descoberta da amiga, a lua resolveu fazer um refresco de nebulosa.

Afinal de contas não é todo dia que se descobre que você tem uma amiga que é uma
canbatriz vocês não concordam?

Quando clareou o dia, a primeira coisa que Pururuca fez, foi se emperiquitar toda para ir a tenda vermelha com estrelas amarelas.

Vestiu seu melhor vestido, colocou sapato de salto alto e um bonito chapéu que ganhou de seu primo, o Sapo Cururu.

Queria que todos vissem como ela era. Uma estrela. Uma Star!

Quando estava no caminho para seu destino, encontrou com a Salamandra Sandra que passeava por ali.

-Como vai Pururuca? Já acabou com aquela mania de querer ser cantora de hino de igreja?
-Já. – Respondeu Pururuca satisfeita_ Agora além de cantora também quero ser bailarina, quer dizer, hã... Uma canbatriz. Isto é, uma cantora, bailarina e atriz.
A Salamandra Sandra riu a valer.

-Nossa! Você é esnobe hein! Quer ser tudo isso? E por acaso vai trabalhar onde?
- Na lona vermelha de estrelas amarelas.
- No circo, você quer dizer-Perguntou Sandra, a salamandra.

Pururuca assentiu.

Então aquela tenda maravilhosa cheia de artistas, de barulho e de graça, de mágica e fantasia chamava-se circo? Pururuca adorou. Sim ela queria muito ser canbatriz de circo.

-Porque algum problema?- Pururuca perguntou

- Como você vai ser bailarina, cantora e atriz, se você é apenas uma perereca, querida?
Pururuca virou os olhos

-Sendo, ué. Os nossos sonhos só se transformam em realidade, se a gente acreditar
neles.E eu acredito no meu.

Salamandra revirou os olhos com desprezo

-Você deveria se contentar em ser o que é uma perereca, e deixar essa mania de grandeza para quem pode. Você é uma perereca muito metida à besta, isso sim!

Indignada, Pururuca retomou seu caminho para o circo, deixando a salamandra Sandra falando sozinha. Mas em seu coração, a dúvida palpitou.

Será que a Salamandra Sandra tinha razão?
Será que seu sonho era impossível?
Ela conseguiria se superar?
Será que ela teria que se contentar em ser apenas uma pererequinha sem graça?

Isso significava esquecer seu sonho.
E como ela poderia viver sem seu sonho?
Será que ela não tinha o direito de sonhar?

Ser Canbatriz era tudo o que ela mais queria na vida.

Quando chegou ao circo, Pururuca se distraiu apreciando as atividades ao seu redor. O engolidor de fogos, o domador de leões, o malabarista estavam ensaiando seus espetáculos, e ela ficou ali, bem quietinha, observando.
Distraída, ela não notou que uma galinha d’angola se aproximava.

-Bom dia, senhorita Perereca.

Pururuca, olhou para a galinha.

- Olá, D, Galinha d’angola, sou Pururuca.

- Eu sou Dorinha, a seu dispor.

Conversa vai, conversa vem, Pururuca descobriu que Dorinha morava no circo, e
que era animal de estimação do engolidor de fogo.
Ela lhe dissera que sempre fora apaixonada pelo circo, e que havia deixado o galinheiro que morava para seguir o circo.

Mas como não tinha nenhum dom artístico, ficava por ali mesmo, cisca ciscando.

-Você é uma artista? Perguntou Dorinha interessada.

-Acho que sim. - respondeu Pururuca

-Acha ou tem certeza?

-Tenho certeza. _ Respondeu Pururuca indecisa.

-O que você é?

Sem jeito, Pururuca, respondeu:

-Uma canbatriz.

-Uma o quê? Perguntou Dorinha curiosa.

Depois de explicar tintim por tinitim, toda sua história para Dorinha, Pururuca deixou que a tristeza tomasse conta de seu pequeno corpo gelado.
E ficou amuada num canto. Dorinha se aproximou.

-Mas se você é uma canbatriz, porque está tão triste?

-Porque ninguém acredita em mim. As pessoas acham que eu sou maluca, e que eu devo
desistir do meu sonho.

-Ora, desistir é que é uma loucura! Já pensou se o mágico, o palhaço, o engolidor de fogo, o malabarista, o domador de feras, desistissem de seus sonhos? O que seria da magia do circo? O que seria da fantasia?Sonhos não foram feitos para serem desistidos

Pururuca, ficou quietinha, escutando.

- Já pensou se o poeta desistisse da poesia, o médico de medicar, o professor de
ensinar? É a mesma coisa que pedir a um peixe para deixar de nadar, ou um passarinho deixar de voar? Tem coisa que tá no sangue. Você não pode deixar de sonhar por causa dos outros. Pururuca, vai à luta!

Ouvindo isso, Pururuca se decidiu.

Correu em casa, arrumou suas malas, e no outro dia, quando o circo partiu, Pururuca foi à luta. Acompanhou a trupe e foi realizar seu sonho.

Até hoje no brejo, quando lêem à revista do mundo animal, ficam impressionados com o grande sucesso que Pururuca faz como canbatriz pelo mundo afora.

-Caraca, olha a lua andando de balão - Falou o pernilongo.
-Essa lua é maluca!-completou o grilo.
- Maluca não! Ela tá é realizando o seu sonho, meu irmão!- Suspirou o pernilongo e saiu para zunir em outro canto.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Quem tem medo do Bicho Papão?

O bicho papão é uma lenda que tem tradição em muitas sociedades. Os adultos costumam colocar medo nas crianças falando que ele as comerá, se as crianças não fizerem o combinado.

No Brasil e em Portugal é comum usar-se o termo bicho-papão, mas curiosamente sua forma física parece nunca ser descrita; também usa-se o termo homem do saco, mas este seria só um homem comum que seqüestra criancinhas.

Nos Países Baixos, ele tem o nome de Zwart Piet (Pedro negro). Ele tem a tarefa de recolher as crianças malvadas ou desobedientes e atirá-las no Mar Negro ou de levá-las para a Espanha. Na verdade, segundo a tradição, esses personagens lúgubres seriam mouros deixados nos Países Baixos durante a ocupação espanhola.

Em Luxemburgo, o Housecker tem no seu saco diversas «rudden», pequenas varas de madeira, como os galhos de um chorão, para bater nas nádegas das crianças desobedientes. Com a evolução da educação, o Housecker não pune mais as crianças, contentando-se em distribuir uma vara, de maneira simbólica, às crianças ou adultos que a merecem. Em geral, trata-se de professores ou políticos locais que as recebem, fazendo rir todo mundo.

Me lembro que quando eu era criança minha mãe falava que se eu não fosse boazinha o bicho papão viria me pegar. Eu dormia com muito medo. Mas graças a deus ele nunca apareceu....

Depois quando meus filhos nasceram, eu simplesmente cantava para niná-los:

" Bicho papão sai de cima do telhado

deixa meu menino dormir sossegado"

E você criança, não fica com medo não. Bicho papão não existe. Eu sei.

Ele nunca apareceu na minha casa, e tenho certeza que não vai aparecer na sua.Podem dormir sossegados.

Fonte: wikipédia


D. Joaninha vai à festa

Era uma vez uma joaninha, chamada Dona Joaninha.

D. Joaninha é bem pequenininha e muito vermelhinha, uns até dizem por aí que ela não é de se jogar fora, não.

Espevitada, bonitinha e muito simpática é assim, a D. Joaninha.

Dona joaninha mora na rua dos cafundós nº 00, esquina com ipê amarelo lá no jardim da casa da vovó Lili.

Certo dia, Dona Joaninha saiu bem cedinho de casa para lavar seu cachecol branco.

D. Joaninha pretende usar o cachecol branco na festa de Janinha, a tanajura.

Esta é a festa mais badalada do jardim.

Todos os moradores Jardim não falam em outra coisa. Das borboletas às minhocas ninguém quer perder a festança.

D. Joaninha também não.

Porque Dona Joaninha é uma joaninha bem pra frentex.

Ela gosta muito de dançar, conversar, e vejam vocês, é namoradeira, como ela só!

Adora viver de abracinhos e beijinhos com seu namorado, o seu Joano, que é um joaninho, bastante invocado.

Mas voltando ao assunto, D. Joaninha saiu bem cedo aquela manhã, muito alegre e apressada para lavar o tal cachecol.

Serelepe, bateu as asinhas, mas não voou.

D. Joaninha decidiu ir caminhando para aproveitar o sol da manhã.

Dizem por aí, que caminhar é muito bom para a saúde. Então, lá foi ela!

Como é muito conversadeira, Dona Joaninha parava sempre para cumprimentar um e outro, distribuindo sorrisos e alegria.

Seus amigos e vizinhos moradores do jardim adoravam a simpática Joaninha que sempre tinha uma palavra carinhosa para todos.

- Belo dia Dona Borboleta!

- Vai pela sombra seu Jabuti!

- Como vai seu filhinho Dona Baratinha?

- Já fez o mel abelhinha Melissa?

- Olha o sol, seu caracol!

Mas, o que D. Joaninha não sabia era nem tudo seriam flores naquele dia.

Os netos da vovó Lili, estavam visitando-na. E essa, era uma notícia muito importante, crucial para os moradores do jardim.

Pois todos ali sabiam, que quando os netos da vovó Lili chegavam, nem a própria casa era lugar seguro. Aquelas crianças são muito levadas fuçavam tudo, mexiam em tudo!

Faziam uma bagunça sem fim!Infernal! Monumental!

Nas férias do ano passado, eles pegaram a pobrezinha da D. Leta, a borboleta e arrancaram suas anteninhas sem dó nem piedade. Seu Jabuti é outro que sofre nas mãos daquelas crianças que insistem em fazer seu casco de bola de futebol.

Dona Joaninha jura já ter visto de tudo na sua vidinha. Mas o que ela não consegue entender é como o ser humano que tem capacidade até de sorrir, maltrata animaizinhos que não tem como se defender.

Mas indiferente ao perigo, D. Joaninha foi lavar suas roupas no riachinho de água empoçada pelo pinga-pinga da torneira do jardim.

Distraída, D. joaninha só se deu conta do perigo que corria, quando ouviu os primeiros gritos dos meninos. Aí, ele quase desmaiou!

Nervosa, tratou de lavar seu cachecol bem rapidinho para se trancar na sua casa, até o anoitecer quando as crianças já não brincavam mais no jardim.

Mas o perigo se aproximava sem que a Dona Joaninha notasse.

Os netos da vovó Lili haviam aberto a torneira e o riachinho que era bem pequeninho, se transformou numa tremenda aguaceira que arrastaram a pobre da Dona Joaninha com uma força brutal.

Tomada pela surpresa e agarrada a seu cachecol, Dona Joaninha ainda arranjou forças para gritar.

- Socorro!glub glub! Salvem-me! Glub glub!

Zezé, a lavadeira que passava ali por perto quase não acreditou no que seus olhos viam.

Seria mesmo a Dona Joaninha se afogando?

Sem pensar duas vezes, a esperta Zezé deu um vôo rasante e resgatou a pobre da Dona Joaninha da daquela tormenta aquática.

Quando chegou em casa, toda molhada e cansada, Dona Joaninha chorou olhando para seu cachecol todo sujo de areia e folhas amassadas.

Depois do sufoco que passou, ela ainda não iria à festa badalada de Janinha, a tanajura.

O Beija–flor que é muito gentil, soube do que aconteceu com sua amiga, e vendo-a tão triste resolveu ajudar.

De biquinho em biquinho, trouxe água e encheu um pequeno pote.

A Lagarta Marta solidária esfregou com suas várias mãos o cachecol branco até que ele ficou clarinho, clarinho...

As borboletas, num flap flap animado secaram o cachecol com suas asas solidárias.

Quando a operação limpeza acabou a noite já havia chegado, e todos juntos foram para a festa da Tanajura Janinha.

D. Joaninha não cabia em si de tanta felicidade.

E pensou cá com suas bolinhas: Como é importante o valor da amizade!

Como contar histórias?

No dia que o mar secar, quando prego for martelo, quando cobra usar chinelo, contador vai se acabar” (Ruth Rocha)

  • Reserve um tempo para ler;
  • Não se esqueça! Quem conta uma história abraça alguém;
  • Introdução é crucial. "Você vai ganhar ou perder nos 3 primeiros minutos dependendo de como você começa". Deve haver, na introdução, o indício de que coisas excitantes irão acontecer, incitando a curiosidade, unindo as crianças em antecipação. Não dê tudo na introdução. Sempre mantenha um certo nível de mistério, antecipação e surpresa durante toda a história;
  • Uma vez terminada a história, não fique divagando e corrigindo. Deixe os pensamentos das crianças presos no ponto da história, na mensagem central dela;
  • Crianças aprendem com seus sentidos. Elas adoram sentir, cheirar, tocar, escutar e ver. Descreva personagens e locais vividamente, ajudando-os a solidarizar-se com os personagens;
  • Leia e conheça a história que você vai contar. Ter curiosidade é essencial;
  • Enquanto conta, procure ir vivendo a história, deixe-se guiar por ela;
  • Conte a historia para si mesmo. Não o faça por obrigação, esqueça a culpa. Observe a reação da platéia. Aproveite objetos inusitados e divertidos da casa, como panos e lenços, para dar mais possibilidades à história;
  • É bom que o contador seja leitor;
  • É bom que haja um repertório variado. Tenha histórias para crianças, adolescentes e idosos;
  • Lembrar que contar histórias é uma atividade que promove a leitura e forma leitores;
  • Contador de histórias não é ator;
  • O uso de poesia implica numa outra historia;
  • Aconselha-se a olhar nos olhos dos ouvintes;
  • Não esquecer de citar a fonte;
  • Imitar vozes se sentir seguro para isto. Caprichar na entonação e no timbre de voz;

"O ambiente é essencial para despertar na criança o gosto pela leitura."

A lenda do bicho da seda


Era uma vez uma linda imperatriz chinesa chamada Hish-Ling-Shi.

Ela morava em Pequim num lindo palácio, repletos dos mais lindos objetos vistos pelos olhos humanos.

A princesa porém, era uma mulher que adorava estar em contato com a natureza; assim, todas as tardes tomava chá debaixo de um frondoso pé de amoreira no jardim de seu palácio.

Numa tarde, ela cumpria seu ritual, quando reparou que algo caiu dentro de sua xícara de chá quente. Era um pequeno casulo.

A imperatriz ficou maravilhada com o que viu!

Em sua xícara de chá quente, o casulo foi desprendendo o mais lindo e brilhante fio que ela tinha visto! Aliás, duvidava se toda a China tivesse vistp igual beleza!

Muito contente com sua descoberta, a imperatriz Hish-Ling-Shi, correu para falar com seu marido, o imperador Hwang-Té.

O imperador também ficou maravilhado com a textura especial daquele fio e resolveu guardar segredo daquela fantástica descoberta.

Depois desse episódio, todos os dias, os empregados do castelo recolhiam os casulos do bicho da seda que eram usados para fazer os vestido mais fantásticos para Imperatriz Hish-Ling-Shi..

Um dia, o imperador resolveu dar um baile para mostrar a todos a beleza de sua Imperatriz.

Hish-Ling -Shi foi à festa com o mais lindo vestido já visto. Era feito de fios tão brilhantes como o brilho da lua .

Todos os convidados ficaram encantados e acharam que era um tecido mágico.

Depois que o imperador revelou a todos de onde vinha aquela formosura, os chineses resolveram guardar segredo de tão maravilhosa descoberta. Eles prometeram nunca revelar para ninguém o segredo daquele fio especial, que fazia os mais lindos tecidos vistos pelos olhos humanos .

E este foi um dos segredos mais bem guardados do mundo.

O segredo da fabricação do fio mágico mais macio e lindo da face da terra: A seda.