segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

D. Joaninha vai à festa

Era uma vez uma joaninha, chamada Dona Joaninha.

D. Joaninha é bem pequenininha e muito vermelhinha, uns até dizem por aí que ela não é de se jogar fora, não.

Espevitada, bonitinha e muito simpática é assim, a D. Joaninha.

Dona joaninha mora na rua dos cafundós nº 00, esquina com ipê amarelo lá no jardim da casa da vovó Lili.

Certo dia, Dona Joaninha saiu bem cedinho de casa para lavar seu cachecol branco.

D. Joaninha pretende usar o cachecol branco na festa de Janinha, a tanajura.

Esta é a festa mais badalada do jardim.

Todos os moradores Jardim não falam em outra coisa. Das borboletas às minhocas ninguém quer perder a festança.

D. Joaninha também não.

Porque Dona Joaninha é uma joaninha bem pra frentex.

Ela gosta muito de dançar, conversar, e vejam vocês, é namoradeira, como ela só!

Adora viver de abracinhos e beijinhos com seu namorado, o seu Joano, que é um joaninho, bastante invocado.

Mas voltando ao assunto, D. Joaninha saiu bem cedo aquela manhã, muito alegre e apressada para lavar o tal cachecol.

Serelepe, bateu as asinhas, mas não voou.

D. Joaninha decidiu ir caminhando para aproveitar o sol da manhã.

Dizem por aí, que caminhar é muito bom para a saúde. Então, lá foi ela!

Como é muito conversadeira, Dona Joaninha parava sempre para cumprimentar um e outro, distribuindo sorrisos e alegria.

Seus amigos e vizinhos moradores do jardim adoravam a simpática Joaninha que sempre tinha uma palavra carinhosa para todos.

- Belo dia Dona Borboleta!

- Vai pela sombra seu Jabuti!

- Como vai seu filhinho Dona Baratinha?

- Já fez o mel abelhinha Melissa?

- Olha o sol, seu caracol!

Mas, o que D. Joaninha não sabia era nem tudo seriam flores naquele dia.

Os netos da vovó Lili, estavam visitando-na. E essa, era uma notícia muito importante, crucial para os moradores do jardim.

Pois todos ali sabiam, que quando os netos da vovó Lili chegavam, nem a própria casa era lugar seguro. Aquelas crianças são muito levadas fuçavam tudo, mexiam em tudo!

Faziam uma bagunça sem fim!Infernal! Monumental!

Nas férias do ano passado, eles pegaram a pobrezinha da D. Leta, a borboleta e arrancaram suas anteninhas sem dó nem piedade. Seu Jabuti é outro que sofre nas mãos daquelas crianças que insistem em fazer seu casco de bola de futebol.

Dona Joaninha jura já ter visto de tudo na sua vidinha. Mas o que ela não consegue entender é como o ser humano que tem capacidade até de sorrir, maltrata animaizinhos que não tem como se defender.

Mas indiferente ao perigo, D. Joaninha foi lavar suas roupas no riachinho de água empoçada pelo pinga-pinga da torneira do jardim.

Distraída, D. joaninha só se deu conta do perigo que corria, quando ouviu os primeiros gritos dos meninos. Aí, ele quase desmaiou!

Nervosa, tratou de lavar seu cachecol bem rapidinho para se trancar na sua casa, até o anoitecer quando as crianças já não brincavam mais no jardim.

Mas o perigo se aproximava sem que a Dona Joaninha notasse.

Os netos da vovó Lili haviam aberto a torneira e o riachinho que era bem pequeninho, se transformou numa tremenda aguaceira que arrastaram a pobre da Dona Joaninha com uma força brutal.

Tomada pela surpresa e agarrada a seu cachecol, Dona Joaninha ainda arranjou forças para gritar.

- Socorro!glub glub! Salvem-me! Glub glub!

Zezé, a lavadeira que passava ali por perto quase não acreditou no que seus olhos viam.

Seria mesmo a Dona Joaninha se afogando?

Sem pensar duas vezes, a esperta Zezé deu um vôo rasante e resgatou a pobre da Dona Joaninha da daquela tormenta aquática.

Quando chegou em casa, toda molhada e cansada, Dona Joaninha chorou olhando para seu cachecol todo sujo de areia e folhas amassadas.

Depois do sufoco que passou, ela ainda não iria à festa badalada de Janinha, a tanajura.

O Beija–flor que é muito gentil, soube do que aconteceu com sua amiga, e vendo-a tão triste resolveu ajudar.

De biquinho em biquinho, trouxe água e encheu um pequeno pote.

A Lagarta Marta solidária esfregou com suas várias mãos o cachecol branco até que ele ficou clarinho, clarinho...

As borboletas, num flap flap animado secaram o cachecol com suas asas solidárias.

Quando a operação limpeza acabou a noite já havia chegado, e todos juntos foram para a festa da Tanajura Janinha.

D. Joaninha não cabia em si de tanta felicidade.

E pensou cá com suas bolinhas: Como é importante o valor da amizade!

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