segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O Baile no Cerrado

Serafina Pernafina é uma seriema que mora no cerrado do Brasil Central.
Todo o dia, Serafina toma uma fresquinha embaixo de uma árvore chamada Sucupira.
Neste dia, também não era diferente: Lá estava ela descansando e sonhando com um suculento sanduíche de samambaia, quando Sabiá veio avisar que ia ter baile no cerrado.
Salomão, o sagüi seresteiro e grande tocador de sanfona vinha animar a festança. Acompanhado da grande dama da serenata Sissi, a Cigarra.
A notícia do baile se espalhou rapidamente.
E num assanho geral, a bicharada correu pra se emperiquitar, para a grande farra que iria acontecer.
Serafina vestida com saiote de renda foi a primeira a chegar. E serelepe, saiu logo saracoteando ao som da seresta.
Aos poucos, a bicharada foi chegando prontos para se divertirem.
Os morcegos voavam agitados e soltavam serpentinas pelo ar, enquanto a Dona Onça esquecia a susidez e arriscava um sapateado.
-E o Tatu Canastra hein? Está um charme de casaca!

Os micos saxofonistas davam um show à parte. E até o saci apareceu e todo animado dançou uma salsa.
Todos se divertiam a valer.

Menos a Paca solteirona que não se importando com o saracotico geral, empacou ao som da seresta.
Enquanto isso, o Quati apaixonado fazia de tudo para chamar a atenção da Catita que sambava animada no meio do salão.
O coelho saltimbanco fazia mil salamaleques e quase esmagou as formiguinhas que fugiam assustadas do Tamanduá Bandeira.
A animação estava pra lá de supimpa!
E ninguém reparava no Gambá coitado! Que soluçava ao som da serenata, porque não conseguia arrumar uma namorada.
O Lobo Guará se deliciava com um delicioso suco de sapê e se gabava com a Cutia dos sustos que ele pregava no Preá.
Os acordes de Salomão e a beleza da sinfonia cantada por Sissi, a Cigarra encantavam a todos que no meio de tanta sonância, nem percebiam que a serenagem ia longe.
No auge do baile, Serafina Pernafina que é uma seriema muito sentimental, salpicou um beijo estalado em Salomão o Sagüi Seresteiro, que quase engasgou com sua salada de samambaia.
Surgia o sol no cerrado, quando o baile finalmente acabou.
A brisa fresquinha trouxe a manhã no céu azul e branco.
Todos estavam muito cansados. Porém, muito felizes.
Nunca haviam se divertido tanto!
O baile abalou o cerrado.
Tudo fora sensacional!
Um baile pra bicho nenhum colocar defeito!

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