sexta-feira, 4 de abril de 2008

O Bicho Folharal- Um Conto Africano




A onça estava cansada de ser enganada pela raposa, e mais irritada ainda por não conseguir pegá-la para poder fazer um bom guisado.

Um dia teve uma idéia: deitou-se na sua toca e fingiu-se de morta.

Quando os bichos da floresta souberam da novidade, ficaram tão felizes, mas tão felizes que correram na toca da onça para ver se a sua morte era mesmo verdade.

Afinal de contas, a onça era uma bicho danado!
Vivia dado sustos nos outros animais!
Por isso estavam todos muitos felizes com a noticia de sua morte.

A raposa porém, ficou desconfiada e como não é boba nem nada,ficou de longe, apreciando a cena.

Atrás de todos os animais, ela gritou:
_ Minha avó quando morreu, espirrou três vezes. Quem tá morto de verdade, tem que espirrar.

A onça ouviu aquilo e para demonstrar para todos que estava mesmo mortinha da silva, espirrou três vezes.

- É mentira gente! Ela tá viva!- Gritou a raposa

Os bichos correram assustados, enquanto a onça levantava furiosa.

A raposa fugiu rindo á beça da cara da sua adversária.

Mas a onça não desistiu de apanhar a raposa e pensou num plano.

Havia uma grande seca na floresta, e os bichos para beber água tinham que ir num lago perto da sua toca.

Então ela resolveu ficar ali.
Deitada.
Quieta.
Esperando...

Espreitando a raposa dia e noite, sem parar.

Um dia, irritada e com muita sede, a raposa resolveu dar basta naquela situação.

E também elaborou um plano.

Lambuzou-se de mel e espalhou um monte de folha seca por seu corpo cobrindo-o todo.

Chegando ao lago encontrou a onça.

Sua adversária, olhou-a bem e perguntou:

_ Que bicho é você que eu não conheço?

Cheia de astúcia, a raposa respondeu:

_ Sou o bicho folharal-

_ Então, pode beber água.

Vendo que a raposa bebia água como se tivesse muita sede, a onça perguntou desconfiada;

_ Está com muita sede hein!

Nisso, a água amoleceu o mel e as folhas foram caindo do corpo da raposa.

Quando a última folha caiu, a onça descobrindo que foi enganada,pulou sobre ela.

Mas nisso, a esperta raposa já tinha fugido rindo às gargalhadas.

Nota: Este conto faz parte do folclore africano, tem versões na Europa e América Latina. Foi Compilado por Couto Magalhães em 1876, essa versão é de minha autoria.

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